Data de Lançamento: Dezembro 2010
ISBN: 9789722041355
Encadernação: Capa Mole
Nº Páginas: 272
Crítica: Comprei este livro por impulso, a única razão por o ter feito foi por se
passar no Japão, e também por as personagens principais serem
portuguesas. Bem...tive uma grande surpresa, pois aqui os japoneses são
os maus da fita. Com este livro aprendi mais um pouco sobre a História
do Japão e de como neste século se mistura com a História de Portugal. O
séc. XVII, altura em que decorre a acção, foi um período negro na
História da Religião Cristã no Oriente. A sua difusão tinha-se dado de
forma pacífica até aí, sendo os padres missionários recebidos pelas
altas cortes dos senhores feudais e tratados com todo o primor e
respeito, no entanto após uma mudança de maré de pensamento todos os
cristãos no oriente foram "silenciados", foram impedidos de praticarem
livremente a sua religião, o cristianismo, sendo até perseguidos e
torturados até apostatarem (uma palavra nova que aprendi, significa
abandonar a religião). A personagem principal é o padre missionário
Sebastião Rodrigues,que é enviado ao Japão, com dois companheiros,
depois de receberem relatos que um antigo mentor deles, o Padre Ferreira
apostatou. Uma viagem de Portugal ao Japão naquela época era algo que
demorava meses e meses, e este grupo ainda pra mais foi ás escondidas,
não podiam ser descobertos, as conexões ao Japão estavam fechadas a
qualquer barco português, e mesmo assim eles foram, cheios de esperança,
mesmo sabendo o ambiente hostil que os esperava. Este facto prendeu-me
desde o início. Após chegarem ao Japão já com bastantes dificuldades
passadas, ganham uma nova esperança, chegam a uma aldeia com cristãos
que por iniciativa própria se organizaram de forma a manter os rituais
cristãos escondidos dos oficiais que regularmente visitavam a aldeia com
o intuito de descobrir cristãos escondidos. Esta primeira parte do
livro é narrada em forma de um diário de viagem que Sebastião Rodrigues
escreve, sendo depois mudada ficando-se com uma outra perspectiva, mais
na terceira pessoa, o que dá um outro fôlego á história e sem dúvida
contribui para se sentir o livro de outra forma.
Estava á espera de uma história menos negra, com menos sofrimento, principalmente por ter sido escrita por um autor japonês, mas este não se poupa á descrição dos métodos de tortura, principalmente psicológicos, mas também muito físicos. No entanto a questão que mais se salienta neste livro e que também é sem dúvida a questão sobre a qual mais cristãos se interrogam, é o Silêncio de Deus, o porquê do Silêncio de Deus nas horas em que mais é preciso? Vão-me desculpar os devaneios privados mas este livro traz á tona questões muito pessoais. Eu tive um educação cristã até aos 19 anos, catequese, missa, tudo incluído. Esta era uma das questões mais debatidas com os meus colegas e catequistas, entre outras e não tendo chegado a uma resposta satisfatória, desisti. A minha forma de pensar deixou de se encaixar ali, aliás, acho que nunca se encaixou na totalidade. E este livro fez-me revisitar todos aqueles debates acesos e questões. É um assunto muito sensível para muita gente. A fé, a sua força, a sua importância, o que realmente é, o quão forte é, o quão forte precisa de ser? Sem dúvida, a fé permite fazer coisas extraordinárias, não importa em quê que se acredite, é espantoso o que se alcança, a força que nos dá o simples facto de acreditar com todo o nosso ser. Mas quando a fé não tem resposta, o que fazer ? Que caminho seguir ? A viagem de Sebastião Rodrigues deixou sem duvida uma marca.
Recomendo a todos, a toda a gente, mas a quem acredita em Deus principalmente. A quem tem uma fé inabalável e vive uma vida confortável com ela.
Estava á espera de uma história menos negra, com menos sofrimento, principalmente por ter sido escrita por um autor japonês, mas este não se poupa á descrição dos métodos de tortura, principalmente psicológicos, mas também muito físicos. No entanto a questão que mais se salienta neste livro e que também é sem dúvida a questão sobre a qual mais cristãos se interrogam, é o Silêncio de Deus, o porquê do Silêncio de Deus nas horas em que mais é preciso? Vão-me desculpar os devaneios privados mas este livro traz á tona questões muito pessoais. Eu tive um educação cristã até aos 19 anos, catequese, missa, tudo incluído. Esta era uma das questões mais debatidas com os meus colegas e catequistas, entre outras e não tendo chegado a uma resposta satisfatória, desisti. A minha forma de pensar deixou de se encaixar ali, aliás, acho que nunca se encaixou na totalidade. E este livro fez-me revisitar todos aqueles debates acesos e questões. É um assunto muito sensível para muita gente. A fé, a sua força, a sua importância, o que realmente é, o quão forte é, o quão forte precisa de ser? Sem dúvida, a fé permite fazer coisas extraordinárias, não importa em quê que se acredite, é espantoso o que se alcança, a força que nos dá o simples facto de acreditar com todo o nosso ser. Mas quando a fé não tem resposta, o que fazer ? Que caminho seguir ? A viagem de Sebastião Rodrigues deixou sem duvida uma marca.
Recomendo a todos, a toda a gente, mas a quem acredita em Deus principalmente. A quem tem uma fé inabalável e vive uma vida confortável com ela.
Nota Final
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